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Mostrando postagens de maio, 2024

SENTIMENTAL SOU

As palavras e as canções têm seu valor. Digamos a palavra sentimental. Em tempo idos Altemar Dutra cantava a sua canção SENTIMENTAL EU SOU. Veio a moda, que para mim tem forte fonte nos acontecimentos históricos, e vieram novos cantores e novos compositores. Para se ter idéia, há quem curta muito hoje a canção ROMARIA, e veja-se nela o verso SENTIMENTAL EU FICO. Aqui eu chego ao meu ponto, uma palavra fica e um poeta devendo saber o valor delas, utiliza-a. Renato Teixeira canta assim: SENTIMENTAL EU FICO, QUANDO ME PEGO, PERDIDO EM PENSAMENTOS, SOBRE O MEU CAVALO..." Ele sabe o valor da palavra sentimental. O significado da canção ROMARIA é diferente do significado da canção SENTIMENTAL EU SOU. Mas, em ambas existe o sentido impregnado de sentimento. E, principalmente, de sentimento de bem-querença. Já as melodias que acompanham os versos, é claro, se adequam aos correr dos versos. E não poderia ser diferente.  Os versos têm o seu ritmo e ele acaba influenciando também o ritmo mus...

COMO EU APRENDI

Estive aqui revendo parte da minha vida. O que posso dizer é que eu sempre aprendi muito com as outras pessoas, as com quem convivi. Quanto maior a proximidade com estas pessoas, quer dizer, quanto mais tempo eu passava ao lado delas, mais eu aprendia. Nas conversas, nas trocas de livros, nas informações. Conversar para mim sempre foi como ler um livro. Às vezes as nossas conversas eram longas, às vezes não. Com as pessoas que falam pouco, um simples gesto delas é uma lição. E lições boas eu não esqueço. Por isso vim aqui, a esta hora da noite, dizer que estava ali, deitado na cama, rememorando algumas destas conversas. São estas lembranças recheadas de reflexões minhas. As reflexões que faço são como um reforço de aulas. Cada vez que reflito sobre o que me disseram, ou o que me responderam, aprendo um pouco mais. Claro, uma reflexão é um pensar sobre. Às vezes vou um pouco longe. Por exemplo, agora mesmo me lembrava de uma fala de uma professora minha quando eu estava passando para o ...

O APRENDIZ (SERÁ?)

Há algum tempo que eu não escrevo poesias. Nem aqui, nem em outro lugar, a não ser num site em que colaboro. Mas, lá mesmo dizia eu hoje que escrever poesias é doce para o coração e nos faz sentir em paz com a vida. Realmente é isto o que acontece comigo quando estou em espírito de poesia. Fora isto lá estou eu lendo, ou prosa ou poesia. Gosto muito de Mário Quintana, o poeta. Leio bastante Carlos Drummond de Andrade. E aprecio a poesia de Vinicius de Moraes. E escrever poesia exige o mesmo treino que fazemos para escrever prosa. Esta prosa minha aqui, não sei se agrada, mas, digo, é uma prosa espontânea. Que me sai do jeito que é escrita. Vez ou outra, muito dificilmente, eu releio outras postagens minhas. Me faz bem e principalmente me indica o caminho da não repetição, e me desculpo ante os leitores se eles acharem que mesmo assim eu me repito. Hoje é domingo e aqui estou no meu exercício de escrita. Se tenho alguma ambição com o que escrevo, é ser um dia chamado de aprendiz. Talvez...

O NOVO

Vieram e me disseram: - Agora pode. E eu, o que fiz? Me coloquei a escrever. Esqueci o medo de antigamente. Faço agora meu aniversário literário, que eu tanto canto e escrevo. É como se fizesse aniversário de namoro, e é de fato um namoro. Um namoro com as letras que me encantam. Mas, vamos fazer de conta que eu estou começando. Então em primeiro lugar eu leio. Leio qualquer coisa, seguindo um velho conselho: - Se puder leia até bula de remédio. Fui e vim lendo estas coisas e agora já joguei todas fora. E em seguida vi que era tolice e comecei a ler os clássicos. E depois li os novos. Até que um dia, um mestre, a quem eu tive acesso o bastante para lhe mostrar coisa minha, me disse: - Você é novo nas letras. E de fato, eu era novo na literatura. E ainda o sou. Por este motivo venho aqui e me exercito. E ofereço esta postagem a olhos também novos. 

É... SIMPLESMENTE.

 Eu era menino e andava enquanto sonhava. Sonhava com que? Em ser escritor. E venho aqui agora contar-lhes como me tornei este escriba que sou hoje. Era um dia de verão no dia em que escrevi o meu primeiro conto. Li-o e reli-o. Não vi nele grandes coisas. Mas me lembrei de um ditado popular: "Filho feio não tem pai." Rasguei o conto em  pedacinhos. E o escrevi de novo. Ali eu descobri a minha maneira de escrever um  conto. E fui rasgando e reescrevendo até que o conto ficasse bom. Bom para quem? Claro, para os olhos alheios, os olhos do leitor. E eu não sabia quem seria o meu primeiro leitor. Peguei o conto premiado e me precipitei. Mandei-o imediatamente para uma revista literária. Eu não sabia, mas as publicações literárias têm geralmente vida curta. E lá por motivos que eu nunca soube o conto não foi publicado. Continuei na luta por ver minha literatura publicada. E hoje é o que eu tenho. Minhas letras publicadas. Não estou de parabéns? Eu mesmo não sei. Mas, mais um s...

ESCRITA

Quando eu tenho á minha disposição o dicionário, o papel e a caneta. E, por que não?, alguns livros onde me inspirar. E sei aproveitar tudo para me expressar, e não me falta a liberdade para isso, eu me faço um homem completamente feliz. Claro, aqui me lembro do meu tempo de menino, que era quando eu pensava em ser escritor. Então agradeço com saudades aos meus pais que sempre me deram livros de presente. Que presentes! Meu pai principalmente ficaria orgulhoso de mim por eu saber dizer das minhas coisas escrevendo. A escrita tem, portanto, para mim um sentido todo existencial, que me completa. E vou escrevendo com os recursos da minha memória, não com notas que eu acaso tenha feito. E isto não é sinal de genialidade não, ao contrário é sinal de que me guardei durante um bom tempo para estar aqui. Ocupo então meu tempo escrevendo. Diga lá quem quiser dizer que estas então são as notas. Eu não escrevo pensando no valor que acaso tenha minha escrita. E pensei esta última frase porque ela ...

MEU CORAÇÃO

Meu coração não se divide, nunca se dividiu. É que eu amei pai e mãe. E o resto do meu amor sempre foi de meus irmãos. Quando eu era menino, tirei fotografia vestindo-me de padre e de mãos dadas com meus irmãos e irmãs. Parece-me que ali, no instante de me deixar fotografar daquele modo, eu começava a contar minha estória. Já me disseram que eu tenho uma estória bonita. Eu mesmo acho isso. E meu coração é realmente família. Há pouco tempo perdi minha mãe. Comecei a sentir saudades dela um dia após o velório. Em seguida pensei em meu pai. E digo, tive pai epilético. O que esse pai fez por nós, a família que ele criou, ele fez e muito. Ele apareceu nos últimos tempos dele com um tumor no cérebro. Minha mãe não deixou de dizer a ele: - Trata disso, marido. Mas não sei o que houve com ele, que acabou tendo uma morte drástica. Mas enquanto foi vivo, foi um grande homem na nossa vida. Tanto que todos nós os filhos sempre pensamos nele durante nossas vidas. Dizia-nos ele: - A melhor herança é...

O APRENDIZ DE TUDO

Deixar envolver com a palavra escrita é uma espécie de encantamento. Eu, quando estou muito bem com a vida procuro a beleza estética destas palavras escritas. Vou contar, é uma coisa difícil às vezes. Quando penso que consegui um escrito belo, vou ver e nem sempre. Então, hoje estou aqui sem o compromisso com a beleza do que escrevo. E para não deixar que falem mal da minha competência, vou me remeter mais uma vez à minha trajetória de vida. Digo mais uma vez, mas contei aqui neste blog foi a minha trajetória profissional de pequeno burocrata. Era uma rua estreita ao lado de uma igreja, e eu morava lá. Claro, meus pais não se descuidaram de nossa educação, nem a doméstica, nem a escolar. Então eu saía todos os dias para ir à escola. Que frequentei desde o jardim da infãncia. E nós, os filhos de nossos pais, éramos muito agraciados com presentes que eram os livros. Além dos livros vinham os brinquedos. E eu não desgrudava dos livros. Até ao ponto de ouvir de minha mãe sempre: - Descanse...

PEDINDO A DEUS PELOS GAÚCHOS

Eu não posso deixar de escrever sobre uma tragédia que comove a todos nós, e, claro, a toda a nação brasileira. As chuvas alagaram todo o estado do Rio Grande do Sul e isso mobiliza muitos homens em prol de ajudas à população de lá. E vi, homens da FAB colocados a serviço daquele estado. E falo da FAB porque servi lá durante dois anos. Então não poderia deixar de prestar esta homenagem àquela força aérea em especial. Pessoas de outros estados me comunicam de como ajudar também. E eu não sou um egoísta, pois estou vivendo este momento no conforto da minha casa, e meu sentimento vai de encontro aos habitantes gaúchos. De certo não sei o que sentem naquele estado em que os coloca a calamidade que sobre eles recai. Poetas escrevem, gente de fé faz orações, gente que pode faz doações. E eu venho aqui e como blogueiro falo. Se alguém estiver me lendo que se comova também e procure saber como pode ajudar. O Rio Grande do Sul precisa de todos nós. É muito triste ver (e eu vi pela televisão) em...

A MINHA MÃE

 Estou aqui pensando em alguma coisa que eu possa desenvolver por escrito. Mas para mim hoje é um daqueles dias em que eu estou completamente sem inspiração. Então me pego me lembrando dos dias em que eu tinha que escrever um trabalho escolar para a faculdade. Aí, eu era obrigado a ler meus manuais de Filosofia e pesquisar em meus livros. Mas para vir até aqui eu não conto com muita coisa. Não posso de maneira alguma cometer plágio ou outra deselegância qualquer. Porque no caso, posso até ser punido. Então, façamos uma variação no assunto. Vocês estão vendo. Vocês, leitores, estão testemunhando todo o meu esforço em lhes dar algo para ler. Lhes dar algo para ler que seja de minha lavra. Poderão dizer que um escritor sem inspiração é o mesmo que um homem sem assunto. E, depois de ter escrito o que escrevi, sabem vocês, que é mesmo. Estou sem inspiração, e portanto sem assunto. Assuntos estão aí no ar. Maneira de dizer, que é contudo verdadeira. Estive pensando então em escrever algo...

OS PEQUENOS

 No trabalho fiz carreira de escriturário, mais ou menos na época em que ingressei na Faculdade. Fui estudando Filosofia, e tinha para mim que eu não podia me expor. E não podia mesmo. Na empresa em que eu trabalhava, que era serviço público, as regras eram muito rigorosas. Mas, enfim, não consegui me segurar e mandei um ensaio para um concurso literário. Fui premiado. Isso me causou uma série de problemas. Os chefes quiseram saber se eu era um intelectual. E eu dei um jeito de explicar que não. Aquietei-me, mas o serviço que eu desempenhava aumentou. Para piorar a secretária do chefe passou a repetir a lenga-lenga de quem não está satisfeito pode ir embora. Era doloroso. Mas passou a ser assim o meu dia a dia, o meu e o dos meus colegas que trabalhavam comigo. Começaram as brincadeiras e dentre elas surgiu uma capaz de me fazer rir. Um colega sabedor das palavras de um professor, que pensava nos estimular assim, passou a repetir estas palavras: - Que nós éramos analfabetos funcion...

DISTRAÍDO VOU EU

Desde os tempos em que eu era menino, eu andava distraidamente pelas ruas de minha cidade. As palavras vagavam pelo meu pensamento, queriam me dizer que eu devia escrever. Minha mãe me dizia quando ela me via, que eu parasse com aquilo. Claro, ela se preocupava, uma vez eu até perdi um dinheiro que ela me deu para que eu comprasse alguma coisa no armazém. Ousou ela, no entanto, esquecer o acontecimento, porque se meu pai soubesse o mundo viria abaixo. Mas eu nunca me curei dessa distração. E quando já adulto, era um tal de ouvir sempre: - Toma, distraído. - Que era um dito que andava nas bocas de meus contemporâneos. E lá ia eu distraído. Até que um dia comprei um livro de poemas. E nele havia verso como: - Distraídos venceremos. Gostei daquele livro de poemas e o li. E o tenho até hoje nas minhas estantes. O livro é do poeta Leminski. E aqui vou eu agora, seguir o meu caminho desta manhã, distraído como sempre. Acho que nem meu pai me corrigiria. 

PENSO SEMPRE NO ATO DE ESCREVER

Eu enquanto escritor, e esta denominação aplicada a mim pode cheirar a pretensão. Mas quando me digo escritor tenho uma tendência forte a me considerar iniciante. E não porque me inicio na escrita. Talvez porque só tenha escrito contos, uma e outra crônica e poemas. Mas não vai nisso nenhuma queixa. Sou muito bem tratado pelos meus editores. E as condições em que sou editado e publicado eu as aceito com docilidade. E me dou por satisfeito. Por que estou falando disso? Porque este ano eu publico menos que os anos anteriores. E nisso vai culpa minha. Claro, eu não disse em lugar nenhum que queria publicar o mesmo tanto de textos que nos anos anteriores. E agora, vamos ao que me interessa dizer.  Eu não escrevo com a intenção deliberada de agradar aos leitores. Julgo que sou lido porque os editores ainda não estão me recusando. Não sei se muito ou pouco lido, mas creio firmemente que lido. Quando comecei a publicar considerei sim a questão do sucesso literário. E em resumo o que pense...

TÍMIDO LEVA PREJUÍZO

Venho aqui sempre, nesta idade a que cheguei, registrar alguma amenidade que me ocorre. E agora mesmo me lembrei de meu pai. Ele costumava levar algum serviço para terminar em casa. E depois do serviço terminado, colocava tudo em sua pasta e lia um pouco. Depois de feita as suas leituras, ele escrevia. Nunca publicou nada. E eu nunca soube se ele quis publicar algum escrito. Mas, aquilo me deixava curioso. Gostaria eu muito de poder ler alguma coisa dele. O fato é que isto estimulou em mim o hábito que tenho de fazer leituras. E, também, o hábito meu de escrever e publicar. Eu creio que este negócio de ler e escrever tem sua origem em alguém da família. Em mim, veio de meu pai. Devo a ele e a minha mãe, o fato de eu ter vindo ao mundo. E esta minha maneira de agradecer a Deus a vida escrevendo é uma forma também de ser grato a meu pai.  Poucas vezes eu li algum escrito dele. Mas li os melhores. Posso dizer que minha literatura pequena não chega perto da da dele. Claro, nesta vida f...

EXISTE SIM, LITERATURA POPULAR

 Um ser humano que se dispõe a ser escritor deve conhecer a sua língua pátria. E deve também conhecer alguns segredos da arte literária. Estas duas coisas são óbvias. Mas eu as repito aqui. Sem saber muito bem porque. Segredos da sua arte todo escritor sabe os seus, os truques da sua arte o novo escritor talvez invente os seus. E julgo que estes dois tipos de conhecimentos acabam caindo no terreno das coisas pessoais. E digo isto não assim gratuitamente, uma vez ouvi numa roda literária alguém dizer: - Todo escritor tem os seus segredos. E na sala da aulas, numa aula de Literatura, o professor disse: - O literato tem os seus segredos - ele disse, sem explicar bem porque dizia. Mas estou eu aqui falando dos segredos do escritor, sem elucidá-los. Claro, é só para despertar aqueles que pensam que o escritor anda fácil pelo que escreve. Mas, com isso, não quero valorizar nada. Isto dito, sigamos em frente. Saiu no jornal que literatos e filósofos concordaram numa coisa. O poder de cura...