PENSO SEMPRE NO ATO DE ESCREVER

Eu enquanto escritor, e esta denominação aplicada a mim pode cheirar a pretensão. Mas quando me digo escritor tenho uma tendência forte a me considerar iniciante. E não porque me inicio na escrita. Talvez porque só tenha escrito contos, uma e outra crônica e poemas. Mas não vai nisso nenhuma queixa. Sou muito bem tratado pelos meus editores. E as condições em que sou editado e publicado eu as aceito com docilidade. E me dou por satisfeito.

Por que estou falando disso? Porque este ano eu publico menos que os anos anteriores. E nisso vai culpa minha. Claro, eu não disse em lugar nenhum que queria publicar o mesmo tanto de textos que nos anos anteriores.

E agora, vamos ao que me interessa dizer.  Eu não escrevo com a intenção deliberada de agradar aos leitores. Julgo que sou lido porque os editores ainda não estão me recusando. Não sei se muito ou pouco lido, mas creio firmemente que lido.

Quando comecei a publicar considerei sim a questão do sucesso literário. E em resumo o que pensei foi: ele, o sucesso, vem naturalmente. E já haviam me dito que Literatura é difícil. Esses dois fatores, porém, não me intimidaram. Não me intimidaram a ponto de me levar a não escrever.

E conversando com outra pessoa, ela me perguntou:

- Por que você escreve?

Eu me surpreendi com a pergunta, era a primeira vez que me faziam a pergunta. Tive inclusive que pensar um pouco. E respondi:

- Primeiro, escrevendo estou ocupando meu tempo. Segundo, claro que gosto de escrever.

E havia uns tempos em que eu havia lido a frase:

- Faço porque sei fazer.

Esta frase tinha sido dita por um escritor explicando porque escrevia. 

- Olha, eu escrevo porque sei escrever. - Me lembrei da frase e a repeti.

E a pessoa que me arguia não se surpreendeu. Mas me disse que me admirava. Eu agradeci, e ela nunca havia lido nada meu. É a vida.

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