DISTRAÍDO VOU EU

Desde os tempos em que eu era menino, eu andava distraidamente pelas ruas de minha cidade. As palavras vagavam pelo meu pensamento, queriam me dizer que eu devia escrever. Minha mãe me dizia quando ela me via, que eu parasse com aquilo. Claro, ela se preocupava, uma vez eu até perdi um dinheiro que ela me deu para que eu comprasse alguma coisa no armazém. Ousou ela, no entanto, esquecer o acontecimento, porque se meu pai soubesse o mundo viria abaixo.

Mas eu nunca me curei dessa distração. E quando já adulto, era um tal de ouvir sempre:

- Toma, distraído. - Que era um dito que andava nas bocas de meus contemporâneos.

E lá ia eu distraído. Até que um dia comprei um livro de poemas. E nele havia verso como:

- Distraídos venceremos.

Gostei daquele livro de poemas e o li. E o tenho até hoje nas minhas estantes. O livro é do poeta Leminski.

E aqui vou eu agora, seguir o meu caminho desta manhã, distraído como sempre. Acho que nem meu pai me corrigiria. 

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