MEU CORAÇÃO
Meu coração não se divide, nunca se dividiu. É que eu amei pai e mãe. E o resto do meu amor sempre foi de meus irmãos. Quando eu era menino, tirei fotografia vestindo-me de padre e de mãos dadas com meus irmãos e irmãs. Parece-me que ali, no instante de me deixar fotografar daquele modo, eu começava a contar minha estória. Já me disseram que eu tenho uma estória bonita. Eu mesmo acho isso.
E meu coração é realmente família. Há pouco tempo perdi minha mãe. Comecei a sentir saudades dela um dia após o velório. Em seguida pensei em meu pai. E digo, tive pai epilético. O que esse pai fez por nós, a família que ele criou, ele fez e muito. Ele apareceu nos últimos tempos dele com um tumor no cérebro. Minha mãe não deixou de dizer a ele:
- Trata disso, marido.
Mas não sei o que houve com ele, que acabou tendo uma morte drástica. Mas enquanto foi vivo, foi um grande homem na nossa vida. Tanto que todos nós os filhos sempre pensamos nele durante nossas vidas. Dizia-nos ele:
- A melhor herança é o estudo.
E contudo deixou-nos duas casas e uma boa pensão relativa à profissão que exerceu. E me lembro dos colegas dele, em visitas de pêsames à minha mãe:
- O serviço dele era perfeito.
Já minha mãe, eu vim com ela parar aqui. Uma cidadezinha do interior mineiro. Onde sempre se referiam a ela assim:
- Uma guerreira!
E eu tive um pai e uma mãe, ambos, trabalhadores. Deus seja louvado. À minha família meu coração.
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