Postagens

Mostrando postagens de maio, 2025

UMA VIDA LIMPA

Nasci numa cidade do interior que é conhecida por ser histórica. Mas que também tem uma certa tradição cultural. Lá aprendi as primeiras letras e aprendi a ter toda esta ânsia de ler que eu tenho. Tal cidade é São João del-Rei. Não me esqueço dos amigos que fiz lá. A cidade, lá. era um pouco crescida. E lá não fiz só amigos, tive também as primeiras namoradas. E digo: o estilo de vida de nós da classe média era bastante largado. Quer dizer, se conseguíamos um ou outro dos nossos objetivos não nos sentíamos vitoriosos. Porque se não os conseguíamos também não nos considerávamos derrotados. E viemos para a grande cidade, onde eu vi na televisão o comercial do livro "COM LICENÇA, EU VOU Á LUTA". Achei triste o título. Mas desde quando o vi, eu o compreendi. Porque na grande cidade e também hoje em dia quase nos outros lugares ganhar a vida se tornou uma luta. E fui conhecendo pessoas que olham para a gente quase dizendo que devíamos estar ricos. Ou, dizendo que devíamos ter nos ...

DESDE MENINO

Estou completando setenta e um anos e meio de idade. De bem com a vida e com Deus. Peço diariamente perdão a Deus por meus pecados. E vou vivendo. Na minha idade peço pouco a Deus. Porque Ele já me concedeu muito e a cada dia sempre me recompensa. Quanto a estas recompensas eu só tenho que agradecer. E vou também escrevendo. Já escrevi muito e publiquei bastante. O que me envaidece um pouco. Embora hoje em dia qualquer um, desde que observe as leis, pode escrever. O índice de escolarização melhorou muito. Mas, aviso aos navegantes, literatura é muito difícil para quem quer sobreviver dela. Eu, por exemplo, escrevo porque gosto. E porque sei fazer.  Já foi o tempo em que houve heróis da escrita literária. Hoje há os que falam e escrevem sobre temas que pertencem à pátria. Eu não gosto. Escrevo mesmo com gosto é sobre as minhas coisas.  E também para escrever e falar sobre um assunto é preciso dominar este assunto. Eu vou de coração vagabundo, como canta o Caetano, executando um...

SOFRIDO E VIVIDO OU SOFRIDO OU VIVIDO

Estava ali conversando e a pessoa me solicitou que eu falasse de mim. Escolhi duas palavras que acho que me definem, sofrido e vivido. E, por que me definem? É simples, sofrido me faz lembrar uma passagem de um livro que diz: Quem passou pela vida e não sofreu, passou pela vida e não viveu. Compreendem vocês os leitores? Não sei. Mas relevo a palavra sofrido sem pedir que tenham dó de mim.  Sofrido vai dar em vivido no bom sentido. Na minha vida não tem manchas que me façam ocultar o rosto.  Sorrio e rio das coisas que pedem o riso como outra pessoa qualquer. E vou levando. O verso do poeta rola na boca do povo e às vezes me ocorre pronunciá-lo. E uma vez alguém metido a culto me disse: - Você, se diz filósofo e fica falando que vai levando. Eu olhei para esse alguém e disse: - Você pensa que se faz Filosofia para a elite? O alguém calou-se. Mas quanto a sofrido e vivido eu sei que a diferença é muito pequena. Sofrido, certamente a pessoa vive o sofrimento. Vivido depende do q...

AMAR AMANDO EU ESCREVO

Estive pensando em mim e no que escrevo. Eu sou um homem médio e minha obra escrita não é de excepcional qualidade. É de média qualidade. E por que não confessá-lo. Eu a localizaria como literatura de resistência. E por outro lado eu escrevo porque gosto. E só escrevo o que sei escrever.  Foi uma vida inteira trabalhando e lendo e estudando. Estudei Filosofia e não terminei o curso. Meu trabalho foi a vida inteira em escritórios. Até que ganhei dois prêmios importantes para mim. Para ver-me receber os prêmios compareceram familiares meus. O que para mim foi de suma importância. E de mais importante foi o comparecerecimento de minha mãe enquanto eu recebia os prêmios. Eu não tive oportunidade de fazer um agradecimento a ela fora do âmbito lá de casa. Faço-o agora. Que estou aqui dentro de casa, no quarto que resolvi chamar de quarto-estúdio. Mas, a ela em vida eu não me cansei de agradecer. Simplesmente porque a pessoa mais importante da minha vida foi minha mãe. Pensam alguns que e...

MINHA GRATIDÃO A DEUS

Eram os anos 80, que o escritor Ignácio Loyola de Brandão chamou de os alegres oitenta. Eu trabalhava e sonhava em vir a ser escritor. Saía do serviço e passava em algumas livrarias. Comprava livros novos e passava na casa de uma tia com q uem gostava de conversar. Ela via meus livros nas minhas mãos e me dizia: - Livros estão caros. Eu sorria. Meus ganhos davam para me sustentar em parte. No resto minha mãe me ajudava. E então ganhei meus primeiros concursos literários. Mas na empresa onde eu trabalhava não havia clima para viver um trabalhador que era ao mesmo tempo escritor. Então pedi minha demissão. |Minha mãe, a quem eu amava muito, me deixou pensionista. Hoje eu me lembro muito dela e daquela minha tia que também já morreu. Eu nunca gostei de farras e naquele meio tempo me matriculei num curso de Filosofia. Passei a frequentá-lo numa escola de renome. A FAFICH/UFMG. Abandonei o curso antes do fim do último semestre.  Hoje vivo e moro aqu i em Moeda. E agora aos setenta e um ...

SOLIDARIEDADE

 Eu hoje quero escrever sobre solidariedade. Eu, quando estudava Filosofia, curso no qual não me formei, cunhei uma pequena expressão que repito até hoje: Sofrer com. E porque Sofrer Com? É simples, no curso de Filosofia eu pude ser eu. Difícil de entender? Eu explico. E esta explicação cabe toda na expressão SOFRER COM. Veja bem, na medida em que fazemos algo por alguém, e esse alguém é um daqueles desvalidos da vida, estamos Sofrendo Com esse alguém. Claro eu não concebo a solidariedade sem que o objeto dela seja um merecedor. E para sabermos se alguém é mesmo merecedor, usamos critérios que outrem não vai nem admitir. Sofrer com, se é para chegarmos a tanto, no caso de interceder por alguém. procuramos demonstrar que esse alguém logo vai se recuperar e se tornar útil à sociedade. Acho que me expliquei. E é duro admitir que existem aqueles que podem e dizem: - Se eu encontrar alguém caído, eu piso. Mas já me disseram esta insensatez. Fiquei horrorizado. Na religião onde professo ...

E VOU LER UM POUCO

 Desde que comecei a minha carreira de escritor eu ainda não parei. Aprendi com um professor amigo meu que a quantidade de obras literárias escritas por um autor depende das condições de vida dele. Com isso temos grandes autores que escreveram pouco. Mas, eu me alegrei ultimamente foi por ter sido aceito pela terceira Academia de Letras para a qual inscrevi meu nome. Teve até um amigo que confundiu esta academia com a principal academia brasileira. A ABL. Pois aqui estou fazendo este blog. Já falei demais sobre mim, aqui mesmo. Estou agora pensando sobre o assunto que desenvolverei a respeito a seguir. Acho melhor contar alguma coisa da minha vida. Ontem, assim ao léu, escrevi que a Poesia é a alma do poeta. Em resposta alguém me escreveu que a vida sem poesia perde a essência divina. Matou a charada em cima. Porque para mim e a pessoa, viver sem poesia não faz sentido. Eu e esta pessoa somos profundamente religiosos. Ela se orienta na vida pela Bíblia, eu sou católico. Procuro me ...

MERAMENTE ESCREVENDO

Quando eu pensei pela primeira vez em ser escritor, eu era menino. Estava no ginasial e no ginásio onde estudava havia um grêmio literário. Eu, um dia, me dirigi à sala onde funcionava o grêmio. Hoje eu não me lembro porque, mas haviam encerrado as atividades daquele grêmio. Foi a primeira grande frustração da minha vida. Daí em diante eu vivi e vivi sonhando em ser escritor. Todos diziam que eu escrevia bem. Mas eu não achava lugar onde publicar. Até que minha mãe resolveu se mudar de lá para a capital. Meu pai morrera. Eu nunca me senti seguro fora de casa. O porque disso eu não sei. Em Belo Horizonte, a capital mineira, eu continuei perseguindo o meu sonho de ser escritor. Até que fui premiado num concurso de ensaios. Escrevi um ensaio curto sobre obra do contista Murilo Rubião. E os organizadores do concurso me deram o prêmio. Senti orgulho deste feito meu. E até hoje escrevo. Nos mudamos para o interior de novo. Antes eu já tinha morado em Curvelo (MG) e em Ribeirão Preto (SP). Aq...

EU ME REVELO

 Eu sonhei muito antes de vir escrever isto. Eu nem pensava em que teria alguma coisa publicada. E hoje tenho. O mundo deu suas voltas. Claro, e perdeu muito daquele romantismo que envolvia o livro. Eu vivo com conforto, mas nunca procurei o luxo. E laborioso ambiente do mundo do trabalho, dá mais trabalho resolver os  problemas que o envolvem do que resolver os trabalhos propriamente pelos quais fui pago. Eu fui até onde pude. Hoje, creio, ninguém aceitaria mais a minha pessoa nele. Porque até adoeci. Mas este momento que vivo é feliz, e eu sou feliz. E sabe porque ninguém me aceitaria mais no trabalho. Primeiro por causa da doença. Segundo por causa da idade. Penso que sou idoso, e acho que já falei disso: tenho 71 anos de idade. Mas procuro acompanhar as notícias do mundo. Já li muito as revistas que falam do mundo, revistas que se anunciavam como donas das idéias melhoras. Hoje me basto com a televisão e seu noticiário. Acordo cedo e faço minha higiene pessoal, tomo algum ...

O ESCRITOR EM MIM

O escritor em mim jazia de montão. E conversando com a minha tia, eu disse a ela: - Tia, hoje eu sou um frustrado escritor. E ela: - Nada, filho. Frustrados somos porque queremos. Pegue papel e ponha tudo prá fora. E chegando aqui, nesta cidade de Moeda, renasceu em mim a vontade de escrever. Já não tenho que acordar cedo, nem pegar ônibus para ir ao trabalho. Só o tempo gasto por dia, para ganhar o pão de cada dia, me impedia de sequer anotar. Então me matriculei num curso de Filosofia, que não terminei, e lá anotava e escrevia nos meus trabalhos de faculdade como quem ia sair de lá um competente escritor. E só aqui, para onde trouxe meus livros, eu estou realmente escrevendo e publicando. Minhas medalhas e meus diplomas o comprovam, e com base neles eu digo que sou um escritor do interior. Vivo a minha realidade, e como disse meu psiquiatra: - Antes era muito pior. E era pior mesmo. Agora, depois que eu comprei este computador, e a escrivaninha, e posso me manter com pouco, vejo que ...

DOENÇA, LETRAS E TIA

Desde que me mudei da capital, leia-se cidade grande, para esta pacata cidade do interior de Minas Gerais, tenho tido tempo de me sentir bem. De me sentir bem como nunca. E antes desta postagem eu me disse: sou um homem do interior. Deveras, nasci em São João del-Rei (MG), onde vivi, até o fim de minha adolescência e o fim de minha vida de rapaz. Cheguei à capital já com este porte de hoje, e com a cabeça pensando em Literatura, tanto que lá fundei o jornal mimeografado TRANSEUNTE, com colegas do colègio. Coisa que eu gosto de lembrar, porque caracteriza minha cabeça de sonhador. O que para muitos é coisa de maluco. Arrenego, sai prá lá quem me chama de maluco. Psiquiatria é coisa séria, serve para diagnosticar uma enfermidade e corrigir a natureza humana enfermiça. E enfermidades existem de todos os tipos. Mesmo medicado aqui estou sonhando e realizando. Estive fazendo as contas por alto, e tenho já prá mais de vinte anos de Literatura. Meus escritos estão inclusive em Bibliotecas, qu...