DESDE MENINO

Estou completando setenta e um anos e meio de idade. De bem com a vida e com Deus. Peço diariamente perdão a Deus por meus pecados. E vou vivendo. Na minha idade peço pouco a Deus. Porque Ele já me concedeu muito e a cada dia sempre me recompensa. Quanto a estas recompensas eu só tenho que agradecer. E vou também escrevendo. Já escrevi muito e publiquei bastante. O que me envaidece um pouco. Embora hoje em dia qualquer um, desde que observe as leis, pode escrever. O índice de escolarização melhorou muito. Mas, aviso aos navegantes, literatura é muito difícil para quem quer sobreviver dela. Eu, por exemplo, escrevo porque gosto. E porque sei fazer. 

Já foi o tempo em que houve heróis da escrita literária. Hoje há os que falam e escrevem sobre temas que pertencem à pátria. Eu não gosto. Escrevo mesmo com gosto é sobre as minhas coisas. 

E também para escrever e falar sobre um assunto é preciso dominar este assunto. Eu vou de coração vagabundo, como canta o Caetano, executando um velho sonho meu, que é escrever. E procuro não ofender ninguém. 

Sonhava eu, quando menino, fazer parte de um grêmio literário que havia no ginásio onde estudei. Dentre os requisitos havia um que me impediu, era a série ginasial em que eu estava. Mas, pus-me a estudar preocupado em tirar boas notas para quando eu estivesse na séria ginasial exigida para o ingresso no grêmio eu pudesse me tornar um literato. Literato do grêmio, um dentre os outros. Quando eu tinha já todos os requisitos fecharam o grêmio. Eu sei lá porque! E adiei meu sonho.

Este grêmio literário ficava na minha cidade natal. De lá tive de vir para a capital para ganhar a vida. Assim foi e hoje escrevo e publico. E um dos meus livros de cabeceira é A ILUSÃO LITERÁRIA, de Eduardo Frieiro.

No mais tudo bem comigo. E não tenho maiores ambições. Tive na vida a ambição literária, e tendo-a ao meu alcance escrevo e publico. Estou aqui no meu quarto-estúdio donde eu mando versos, contos e crônicas à editoras, participando assim de antologias e coletâneas e até de revista literária.

E que Deus me abençoe. 

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