O ESCRITOR EM MIM
O escritor em mim jazia de montão. E conversando com a minha tia, eu disse a ela:
- Tia, hoje eu sou um frustrado escritor.
E ela:
- Nada, filho. Frustrados somos porque queremos. Pegue papel e ponha tudo prá fora.
E chegando aqui, nesta cidade de Moeda, renasceu em mim a vontade de escrever. Já não tenho que acordar cedo, nem pegar ônibus para ir ao trabalho. Só o tempo gasto por dia, para ganhar o pão de cada dia, me impedia de sequer anotar. Então me matriculei num curso de Filosofia, que não terminei, e lá anotava e escrevia nos meus trabalhos de faculdade como quem ia sair de lá um competente escritor. E só aqui, para onde trouxe meus livros, eu estou realmente escrevendo e publicando. Minhas medalhas e meus diplomas o comprovam, e com base neles eu digo que sou um escritor do interior. Vivo a minha realidade, e como disse meu psiquiatra:
- Antes era muito pior.
E era pior mesmo. Agora, depois que eu comprei este computador, e a escrivaninha, e posso me manter com pouco, vejo que a minha felicidade é ficar aqui escrevendo. Espero, com o tempo, ir melhorando minha escrita.
E se não o fiz antes, faço-o agora: Dedico estes escritos àquela tia que acabo de mencionar. E porque não o fiz antes? Simples como a chuva: eu não a tinha mencionado tão encarecidamente.
E agora eu me lembro dos meus primos. É que o destino trai a todo mundo. E prefiro acreditar nisso, do que sair a culpar fulano ou sicrano. No decorrer de nossa história pessoal fazemos nossas escolhas e nunca sabemos se é a nossa melhor escolha.
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