DOENÇA, LETRAS E TIA
Desde que me mudei da capital, leia-se cidade grande, para esta pacata cidade do interior de Minas Gerais, tenho tido tempo de me sentir bem. De me sentir bem como nunca. E antes desta postagem eu me disse: sou um homem do interior. Deveras, nasci em São João del-Rei (MG), onde vivi, até o fim de minha adolescência e o fim de minha vida de rapaz. Cheguei à capital já com este porte de hoje, e com a cabeça pensando em Literatura, tanto que lá fundei o jornal mimeografado TRANSEUNTE, com colegas do colègio. Coisa que eu gosto de lembrar, porque caracteriza minha cabeça de sonhador. O que para muitos é coisa de maluco. Arrenego, sai prá lá quem me chama de maluco. Psiquiatria é coisa séria, serve para diagnosticar uma enfermidade e corrigir a natureza humana enfermiça. E enfermidades existem de todos os tipos.
Mesmo medicado aqui estou sonhando e realizando. Estive fazendo as contas por alto, e tenho já prá mais de vinte anos de Literatura. Meus escritos estão inclusive em Bibliotecas, que já me agradeceram por eu ter enviado para lá os livros que têm textos meus. E os diplomas que recebi como menção honrosa por coisas escritas por mim, estão nas minhas paredes. Assim como as medalhas também. E eu já ouvi coisas horríveis e fiquei em silêncio. Por exemplo me disseram que na escola militar onde estudei não tinha poesia. Grande engano de quem disse. E tão grande engano o dele, que ele frequentava a mesma Faculdade de Filosofia que eu, e ele pensava estar fazendo um protesto ao governo da época, que foi ali pelos anos 80, já à beira da abertura política. Claro, os estudantes de Filosofia que se sentiam sufocados pela censura existente reclamavam. Eu estava lá com intenção de usar minha frequência ao curso para valorizar minha Literatura. E hoje aqui estou escrevendo e procurando dar qualidade às coisas minhas.
Quem mais me estimulou na luta para ter textos meus rodando de mão para mão, foi uma tia minha, que também tinha arroubos literários. Eu sei disso, porque ela me mostrou coisas escritas por ela. Eu, na época, não conhecia nenhuma editora ou editor, então li e calei-me. Estava tão sem poder falar algo como minha tia. Registro isto para quem me ler ver o quanto sou saudoso desta tia. E tenho dito. E que Deus me abençoe. E que Deus nos abençoe.
Voltei só para dizer que Moeda é boa cidade para se viver e para escrever. Tanto que escrevo neste computador.
Comentários
Postar um comentário