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Mostrando postagens de setembro, 2024

LER E ESCREVER CLARO

As pessoas são um pouco tolas  quando imaginam que sabem o que pensamos. E é cruel isso, porque este tipo de pessoa não nos dá uma chance de diálogo. Não estou falando de ninguém de minha família de nascimento. Porque para nós aqui em casa a estrada foi difícil, e conseguimos um estado de vida estável, comum à classe média deste país. Quer dizer não foi em vão vivermos. O nosso trabalho é todo aproveitado aqui mesmo, hoje. O que quero dizer com aqui mesmo é que nosso trabalho está em casa. Mas mudemos de assunto. A vida se oferece para que a vivamos, e aqui em casa preferimos a paz. Mesmo assim fizemos todos sacrifícios. Mas quem não faz seus sacrifícios? E por falar em mim, eu devo um elogio à vida que prometi quando era estudante. Ser estudante é bom porque nos reanima a memória. E também porque nos aprimora o gosto, no meu caso o gosto pelos livros. E veio daí, do fato de ler, o meu gosto pelo escrever. E tenho andado um pouco relaxado, não sei se ando escrevendo bem e claro. Po...

O HOMEM QUE PREVIU O TEMPO QUE FAZ

 Quando Chico Buarque de Holanda cantou: - Estava à toa na vida.... Eu pensei: - Bom ficcionista. Mas ouvindo hoje, e me vendo aqui curtindo minha aposentadoria, eu penso: - Talvez a canção me servisse de consolo para o tempo de inatividade. E vi o quanto eu fui pretencioso em chamá-lo de ficcionista, ou não. Depende do ponto de vista. Mas eu acho que fui. Pretendia eu seguir a carreira acadêmica, e segui os caminhos mais comuns dos trabalhadores. E fui um bom trabalhador. E não vou correndo à procura daquela canção, não. Vi por último o grande cantor popular na televisão. E eu aqui escrevendo, mas eu gosto. Já me chamaram de pequeno. Eu me lembro dos tempos bons em que os autores menores se diziam menores. Com conhecimento de causa. Mas isso não anula os esforços de nenhum escritor de hoje. Só que não dá prá ler tudo. E foi isso que eu quis dizer ao um homem jovem. Ele nem esperou eu acabar de falar: - O senhor está enganado. O povo lê muito. Não me defendi, desnecessário. A conve...

EU E MINHA ESCRITA

 Quando minha mãe morreu eu fui aos funerais dela. Voltei dos funerais no carro de minha irmã caçula. Aqui voltando vivi o meu luto. E a minha empregada, levantou a mão com o dedo indicador apontando para o meu guarda-roupa e disse: - Seu guarda-roupa, você não tem culpa. Eu estava sentindo ali a ausência de minha mãe. Minha mãe não foi fácil, criou sete, e minha irmã caçula disse: - E bem criados. Agora aqui estou escrevendo. E escrevo por prazer. E por falar nisso eu vi na minha vida muitos escritores badalarem muito o fato de serem escritores. Numa competição louca pelo seu naco no mercado. Nunca me atrevi a escrever, preferi trabalhar. E feliz estou com a minha aposentadoria. E isso é verdade, estou gastando para sobreviver e com a minha saúde. E tenho setenta anos de idade. E não sou mais menino para me iludir com os holofotes. Talvez por isso tudo é que eu publico estas postagens. Se esse blog puder ajudar algum escritor ou mesmo um candidato a escritor, eu me dou por satisfe...

ESCRITA

 A escrita deve ser cuidada na procura da escrita bela. Por que? Porque duro é o oficio de agradar leitores. E eu falo um pouco de mim. Quando escrevo procuro me lembrar de meus mestres, aqueles autores que cansei de ler. Mas não para imitá-los no que eu escrevo. E muito menos para copiá-los. Donde vem a minha dificuldade de falar em voz alta as frases que escrevo recorrendo à memória. Claro, estou sendo autêntico ao falar assim. Pior seria se eu mentisse a tal ponto. Porque quando não estou falando de mim, eu crio. Crio no que posso. Fazendo minhas ficções ou fazendo meus poemas. Agora, esperar que o leitor compreenda isto, eu não sou assim. O leitor é-me caro. Mas geralmente eu nem o conheço tão a fundo, a ponto de saber do gosto de leituras dele. E não vou dizer que sou um gênio, porque não o sou. Os gênios da literatura são gente como Fernando  Pessoa, Marcel Proust e outros. Eu toda vez que venho aqui começo outra vez. Minhas postagens aqui estão. Foi difícil chegar aqui....

MEMORIA

Hoje vi a Presidente da ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DA ZONA OESTE DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO - ALAZO-RJ declamar de memória um poema da autoria dela. Achei divino e maravilhoso, dada a minha dificuldade de memorizar com as mesmas palavras o que escrevo. Claro que isso é um problema meu, que acho que significa um impedimento. Mas um pequeno impedimento, que pode ser superado. Ou não.  O meu problema é que meus trabalhos estão espalhados por aí. Eu tive em mente ao fazê-los fazer nome literário. E, deveras, meu nome está na internet. Fazer nome para mim não significa ganhar ou gastar dinheiro. Que, acho que já disse, eu tenho do que sobreviver, sem cair às margens da sociedade.  E, por falar em sociedade, dizem muitos que o Brasil é um país novo. E é um país novo, a nós cabe ir fazendo devagar o que podemos para melhorá-lo. Nossos jovens estão aí, também eles precisam sobreviver. E como eu não sou mais jovem digo, os jovens precisam ser incluídos. Se o esforço deles for bom, cab...

VIVER E ESCREVER HOJE

 Estou sempre por aqui. Não escrevo para me tornar o maior escritor. Não existe isso de maior escritor, quem tem ou já teve uma boa biblioteca pessoal sabe disso. Escrevo simplesmente para me desabafar de coisas que estavam no meu baú mental. Dir-me-ão louco ou metido a rico de ideias. Nem um nem outro. É que a poesia do instante está em todas as coisas e em todas as pessoas que já conheci. E não retrato ninguém. Pega muito mal ficar escrevendo dos outros. Também fico olhando as velhas causas do mundo e nenhuma delas vale a  pena. Olho as pessoas e ouço as pessoas. A minha empregada um dia me disse: - Veio atrás do sossego e o encontrou. Eu sorri para ela, de satisfeito. E me explico: é que eu não saio de casa, não bebo, não me drogo, e durmo bem. E vibro com esta empregada porque ela tem um detalhe: ela gosta de tudo certinho. Tal qual eu gosto. Os maldosos já estão vislumbrando em suas mentes aqueles velhos aprendizados do mundo. Sobre relacionamentos. Eu estou fora. Ela dis...

O DIA DA PÁTRIA

Há algum tempo atrás eu li Mario Vargas Llosa, e ele escrevia que ou somos patriotas ou nacionalistas. Estive pensando nisto hoje, com a fala de uma irmã católica que ouvi na TV. Ela se dizia patriota. Então vi a minha necessidade de me definir. Esta definição já vinha em mim caminhando para uma solução. Então hoje me vi mesmo é como patriota. E para me ver assim, refleti sobre minha vida passada. Patriota é o que eu sou, nunca me voltei contra a minha pátria. E há meses passados vi a entrevista de um general de quatro estrelas, e ele dizia que o brasileiro é de índole pacífica. Como católico e como indivíduo de paz me vi patriota, E portanto me defini com clareza. E no meu espírito a dúvida se eu era nacionalista ou patriota morreu. Sou mesmo é patriota. A  única restrição que eu mesmo faço quanto a mim, é que demorei muito para me definir e que foi preciso a leitura de grande escritor, o Mario Vargas Llosa para eu me definir. E aqui estou, um idoso feliz. Agora, não é só porque e...

ME TRANSFORMAR EM ESCRITOR

Uma coisa eu afirmo, não foi fácil a caminhada até aqui. Que é quando eu já posso me dizer escritor. Mas vim lutando com as palavras, as minhas e as de meus escritores preferidos. Acho que já disse que leio mais do que escrevo. E é verdade. Para mim isto é muito bom. Porque quando vou escrever, eu procuro escrever tendo em mente um conselho que recebi: pensar para falar. Sei que mesmo assim eu falo muito. Falo muito as lorotas que tenho para falar. E as lorotas que eu falo, não ofendem ninguém. De vez em quando eu penso uma palavra, e anoto-a. Deixo para reler esta simples anotação depois. E dela surge um conto ou uma crônica. Ou ainda um poema. Mas digo com segurança que as palavras e os livros são os meus melhores amigos. E tendo um muito de livros, eu tenho muitos amigos. E eles me são fiéis, porque os leio em silêncio e até dialogo com eles. E assim me surgem muitas ideias boas. Boas para o meu ofício. E ultimamente estou muito feliz, fiz quase vinte anos de atividades literárias. ...

SER UM HOMEM NOTÁVEL?

A questão de hoje é: ser um homem notável? Bom, em primeiro lugar eu tenho de dizer o que eu entendo por homem notável. Primeiro tal homem tem que ser distinto. Distinto no sentido de ser correto, respeitável e honesto. Agora, a partir daí ele vai ter que preencher requisitos tais como: porque ele é notável? E não vale aquela resposta: é notável porque é. Porque se fosse assim todo homem seria notável. Mas tendo eu dito isto, tem uma coisa que eu não disse. Para ser notável o homem vai ter que querer ser. Porque ele pode ser distinto e ser ao mesmo tempo discreto. Mas tudo isto hoje em dia está muito difícil para alguém ser distinto e notável. Primeiro pense-se na competição. Se um homem compete para chegar a ser distinto, para mim não vale. Claro, tem o leitor só a minha opinião. Notável é todo aquele que todos acham que ele é. Distinto ele tem que vencer muitos obstáculos naturais, mesmo sem competição. Agora com esta competição alguém vai lhe dar o título de distinto, o que na minha...

O ESCRITOR NASCE DE PAI E MÃE

 Às vezes no trabalho e na família que formamos ouvimos insultos. Minha primeira mulher dizia-me que em minha família de origem eu tinha irmãos, cada um de uma cor. Além de não ser verdade, ela não sabia nada de genética. Meu pai era muito branco e minha mãe morena. Essas coisas são muito pesadas de se ouvir. Acabamos nos divorciando e eu voltei ao seio da minha família de origem.  Eu me senti no dever de esclarecer isto. E pensando bem, é bem a tempo que eu esclareço. Meu pai, eu já disse faleceu novo, aos 38 anos de idade. E minha mãe se foi recentemente. Ela estava com 91 anos de idade e era católica. Por ser católica ela me exigiu total esclarecimento sobre o meu divórcio. Eu disse a ela: - Meu casamento, mãe, foi um erro. Não precisei dizer mais nada. Ela me disse: - O filho é melhor que o pai. Porque para ela meu pai dificilmente reconhecia um erro. Mas, por fim, estas coisas não me atormentam. E ela era uma pessoa muito paciente. Tinha paciência até um certo limite. E p...