O ESCRITOR

Dizia um escritor ao outro: - Eu escrevo há anos. E o outro respondeu: - Mas eu escrevo melhor. De modo que, vá a uma universidade e observe os estudantes. Lá estão eles na mesma disputa. De onde eu lhes digo: - A vida é uma universidade. O sujeito que sabe mais do vivido, acaba por parecer o mais inteligente. O mistério da inteligência humana é que ele é estudado por vários especialistas. O especialista que melhor escrever e entender a inteligência humana ficará famoso. Os outros que vierem a seguir se debruçarão sobre vários resultados de estudos. E o que podemos concluir é que o homem estará sempre disputando para ver o que compreendeu melhor. E o que compreendeu melhor será o mais famoso. Percorra os livros de História e poderá ver os nomes dos notáveis. Notáveis em cada área. E em resumo todos no final terão dado sua contribuição para o desenvolvimento da História Humana. Alguns escritores, seja lá de que área, serão esquecidos. E um estudioso que, de tempos em tempos, mergulhar n...

Na minha escrita, que julgo seja literária, me baseio na inspiração. E nunca na transpiração. E me explico. Transpiração é aquela escrita que os escritores trabalham muito o que escrevem. Quando vou escrever me lembro bem do tempo de minha formação onde aprendi o palavra puxa palavra. E dá para o meu arroz com feijão. Se agrado a alguém eu não sei. Bem que gostaria de agradar, mas não de propósito. Então, vamos lá. Não sei o que dizer aqui hoje. Mas sigo escrevendo. Até dar com os costados num assunto mais firme. Por enquanto vou só escrevendo como quem esquenta os motores. Vou me lembrar aqui do meu tempo de formação. Era aquele tempo em que eu buscava ler tudo o que me caísse nas mãos. O que consegui desse modo, de mais firme, foi a segurança na linguagem. Li os mais variados assuntos. De modo que cheguei um dia a pensar que tudo já tinha sido dito. Mas, algumas coisas sempre precisam ser ditas de novo. Porque vejo na vida muitas injustiças cometidas e acusadas por outros escritores ...

Quando eu era bem mais jovem, estive noivo de uma estudante de Filosofia. Por isso, ia muito à casa dela. E lá conheci um primo dela. Ele também escrevia. Tinha até livro publicado. E um dia ele disse: - Literatura é uma coisa ingrata. Eu escutei a frase e só olhei para ele. Eu tinha, naquela época, ganhado um prêmio literário importante. A que era minha noiva se mostrou mais apaixonada. A grande dificuldade que tive foi convencê-la de que letras não sustenta ninguém. Hoje o noivado já se desfez. As letras povoam minha vida. Mas dinheiro?  Onde o dinheiro? E tenho dito.

A gente deve olhar a vida de frente. Claro que nem tudo são rosas na vida. E por isso nós sofremos. Mas devemos saber superar as nossas dores para poder sorrir. E neste momento aqui estou eu a sorrir. A sorrir para mim mesmo. Acordei e rezei com fé, agradecendo a Deus por mais uma noite bem dormida. Vim para a frente do computador e já estou fazendo minha postagem. De especial eu não quero ter nada para dizer. Escrevo aqui é por prazer. O prazer de escrever.  Sim, tenho algum estudo, mas faço agora o meu arroz com feijão nas letras. Estas letras que inaugurei aqui já faz tempo. E não procuro fazer escândalo, não gosto. Se fizerem alarde com o que faço aqui, o que poderei fazer eu. Afinal, este é um blog e penso inclusive que ele pode ser lido. Mas não estou pedindo má publicidade. Já notaram que falo constantemente eu. Falar eu para mim é uma virtude. E não o único. Já li muitos livros, e em muitos deles estava o autor falando eu. O eu dele. E agora, passemos ao parágrafo seguinte....

 Claro que eu reverencio a todos os artistas da palavra. E vou me explicar. Primeiro vou contar uma passagem da minha vida. Trabalhava eu numa biblioteca. E eu era o único homem a trabalhar lá. Até que um dia uma estagiária de biblioteconomia foi fazer um estágio lá. E ela me disse: - Você bebe em mim. Eu não sei se ela se julgava muito inteligente ou muito bela. Mas eu não me esqueci da frase que ela  pronunciou. Acontece porém que sempre notei que as estagiárias tinham muita preocupação em saber como eu fazia para me sair bem lá. Até que uma delas, nova lá, me pediu para fazer um trabalho de faculdade para ela. Eu fiz e ela concluiu que eu tinha livros em casa. Isso me valeu foi uma promoção no trabalho. Por isso recomendo a todos que comprem e leiam livros. Ler livros não dói, não adoece, e não é preciso sair gritando que se tem leitura. E tenho dito. 

Há homens que dizem: " - Em qualquer lugar do mundo escreverei." E escrevem mesmo, mas não como quer crescer na vida. Escrevem enquanto vivem. E alguns dizem que é muito bom viver a vida. Com todas as dores, todos os risos, todas as orações que dirigem a Deus. E são estes homens, os que sofrem as dores que a vida lhes impõe que nos deixam os melhores legados. Não que descrevam as suas misérias e os seus pecados. Mas sim que nos indicam caminhos menos tortuosos do que os caminhos que nos crucificariam. Houve um escritor que nos legou a frase: "Quem passou pela vida e não sofreu, passou pela vida e não viveu." Os que leem esta frase e acham-na bonita sem entender o seu profundo significado, estão mais uma vez massacrando o coração dos homens que sofrem e não podem nos legar nenhum escrito, quiçá mais belo. Agora, eu conheci um homem que leu a frase acima e me falou: - Vou me tornar médico. E como médico se dedicou intensamente a minimizar o sofrimento de pacientes em ...

Quando comecei me disseram que todo autor deve ter leitura. Me disseram só isso. O que fiz? Já fazia. Comprava livros assiduamente. Uma tia minha me dizia que livros custava caros. Mas estas palavras dela não me desanimaram, embora eu não fosse rico. Hoje tenho minha pequena biblioteca pessoal. E olha que já li críticas neste sentido. Era gente que escrevia que o autor tal tinha uma biblioteca pequena. Como este fosse um fato que falasse mal do autor. E não é. O importante é o autor ter lido os livros de sua pequena biblioteca. Ter lido os livros de sua pequena biblioteca, torna o auto apto a adquirir novos livros. E mais apto ainda a escolher livros de acordo com seu gosto já mais educado. E um gosto mais apurado quer dizer que o autor é lido. Ser lido significa que o autor conhece razoavelmente o mundo dos livros. E um autor literário deve mesmo conhecer o mundo dos livros literários. Conhecendo o mundo dos livros literários ele conhece quase bem a literatura. E quando eu digo litera...

 Venho aqui com frequência e escrevo alguma coisa. Quero dizer, vou compondo minhas letras devagar. E nunca digo que em meu caminho tem espinhos. Alguma dificuldade sim, eu enfrento. Mas até agora nada que me faça lamuriar em voz alta. E vou compondo minha obra literária. Um pouco de vaidade talvez haja em mim, pois como dizia Machado de Assis, o mestre dos mestres: escrever é a vaidade das vaidades. Mas quem sou eu para me comparar a ele. E não é falsa modéstia, antes fosse. Mas, compor mesmo em letras, no princípio e ainda hoje não é lá dessas facilidades. Antes eu escrevia à mão e lia depois de escrito. Muita coisa eu joguei fora. Mas muita coisa escrita por mim naquela época eu guardei, me serviram para depois. Todo escritor precisa de rascunho, eis a serventia daqueles escritos. Não digo que alcancei a perfeição. Perfeito é só Deus. Tanto que minha obra é considerada a dos menores entre os menores. E eu não me aborreço por isso. Antes obra que obra nenhuma. E graças a Deus eu ...