OS LIVROS DO AUTOR

Quando comecei me disseram que todo autor deve ter leitura. Me disseram só isso. O que fiz? Já fazia. Comprava livros assiduamente. Uma tia minha me dizia que livros custava caros. Mas estas palavras dela não me desanimaram, embora eu não fosse rico. Hoje tenho minha pequena biblioteca pessoal. E olha que já li críticas neste sentido. Era gente que escrevia que o autor tal tinha uma biblioteca pequena. Como este fosse um fato que falasse mal do autor. E não é. O importante é o autor ter lido os livros de sua pequena biblioteca.

Ter lido os livros de sua pequena biblioteca, torna o auto apto a adquirir novos livros. E mais apto ainda a escolher livros de acordo com seu gosto já mais educado. E um gosto mais apurado quer dizer que o autor é lido. Ser lido significa que o autor conhece razoavelmente o mundo dos livros. E um autor literário deve mesmo conhecer o mundo dos livros literários. Conhecendo o mundo dos livros literários ele conhece quase bem a literatura. E quando eu digo literatura me refiro à literatura artística.

E um autor possuidor de uma pequena biblioteca, já tem o seu livro de cabeceira.

Eu hoje amanheci lendo um artigo de João Antônio, que é um escritor paulista, se não me engano. Deixou-nos ele belos escritos sobre o povo brasileiro. E com isso, escrevendo livros sobre o povo brasileiro, ganhou o seu nome substancial importância. Para quem pensa que uma sociedade inclui até os que formam a sua base, o povo, os escritos sobre o povo são de suma importância. E dizia João Antônio que ele mesmo tinha lá seu livro de cabeceira. De modo que roubei dele esta expressão: livro de cabeceira.

Livro de cabeceira é aquele que nos acompanha durante a vida. E que deixamos no criado mudo ao lado da cama enquanto dormimos. E pode ser que até sonhemos com o nosso livro de cabeceira. E tenho dito. Acordem todos pensando em livros e em leitura. 

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