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VERSANDO COMO QUEM ASSUNTA

Eu sofria, mas era de dúvida sobre mim. Não me entendia como escritor. Mas há mais de vinte anos eu escrevo e publico. Tenho inclusive alguns diplomas de prêmios literários. Não ando com eles em pasta alguma. Penduro-os nas minhas paredes e ficam sob o olhar de meu Narciso. Digo isto porque o que quero dizer é que não gosto de me badalar. Talvez eu leve prejuízo com isto. Mas o que fazer? Eu sou assim e me preocupo muito em não renunciar de meu temperamento. Tive meus amores e aos olhos da Igreja Católica eu sou um pecador. E o sou. Mas me penitencio toda vez que oro. Estive afastado do catolicismo mas me arrempendi e voltei a me converter e sou um católico hoje que sempre reza a missa pela TV. E quanto aos acidentes de percurso que sofri na construção de minha personalidade de escritor eu os sofri e ouvi do médico que eu sou um sobrevivente. Graças a Deus. 

ESCREVEMOS O QUE PRECISAMOS

 Certa vez, pessoas que me conheciam, sabendo que eu escrevia com facilidade, me recomendaram: "Escreva sua vida." Eu não disse nada a estas pessoas. Eu apenas pensei: "São pessoas que não sabem que certas escritas condenam ao fogo até as pessoas que  mais amamos." E encerrei o assunto. Agora, estava eu aqui pensando na vida e me lembrei deste pequeno episódio. Mas, escrever para mim, é não só um prazer, mas é um fazer a que me destinei desde que soube o que é o sonho de uma vida inteira. Muito mais importante para mim é o escrever do que segurar as rédeas da vida para que tudo dê certo. Por isso talvez já me considerem um louco. Mas o que fazer neste mundo contemporâneo onde os julgamentos acontecem sem tribunal. E é terrível que seja assim. Mas as pessoas que fazem as coisas sem ligar para as leis, bem ali à frente as leis as pegam. E ai delas. Eu por mim me cansei de ligar para as regras do jogo. Mas não tenho nada com o ilegal do agir de outrem. O digo porque eu...

ESCREVENDO FELIZ

 Uma vez me elogiaram. Eu tímido que sou, pensei comigo: "Será que mereço este elogio?" Mas, que nada  o elogio era sincero. E eu quando a pessoa falou me elogiando, agradeci claro. E foi como deve ser. E hoje vi na TV, falavam sobre felicidade. Eu tinha lido uma tradução de um livro francês intitulado FELICIDADE. E era um livro de Filosofia. Eu já tinha pensado sobre o assunto. E conclui: Cada um é feliz à sua maneira. E qual a minha maneira de ser feliz: Escrevendo. Ficar aqui chorando mágoas, se não as tenho de nada e de ninguém, é o que eu não sei fazer. Então peguei o livro e o guardei provisoriamente na minha estante de livros. Depois vou ler. Claro, quem sabe me torno mais feliz? Foi difícil, isso foi, chegar até aqui. E hoje sou poeta, contista e cronista. E confesso, vivi. E confesso, leio mais do que escrevo. Ler me fascina ao ponto de na juventude perder sono lendo. Mas, deixa prá lá. Tive uma mãe maravilhosa. Que sozinha, ela criou sete filhos. E conforme minha ir...

DOIS TRABALHADORES

Caiu aqui há pouco uma chuva de vento, com trovões e tudo o mais. Eu esperava para poder vir e registrar no meu blog estes escritos. Rezei um pouco e me lembrei de uma tia que eu tinha. Esta tia custou muito a reconhecer-nos, mas enfim um dia disse: - Vocês, meus sobrinhos, são educadinhos. Mas, Chico meu filho, é um grosso. Eu pensei: ainda bem que é ela que diz. E agora eu escrevo. Meus dedos têm uma certa facilidade no teclado e por isso, escrevo, mas conforme as idéias me vêm à mente. Na minha juventude li muito Rubem Fonseca. Diziam dele que ele era solidário. Naquela época eu até que reconhecia nele a solidariedade. Depois li este autor reconhecendo nele um mundo violento. E talvez por isso é que tenha visto nele alguma coisa de solidário. Mas trabalhei intensamente, eu e os meus, para melhorar de vida. Até que um dia minha mãe chegou no corredor da casa que ela pôs de pé com a ajuda de um irmão meu, e disse: - Vencemos! Eu contei esta passagem à uma empregada, que disse compleme...

FALANDO DA VIDA

Chego eu à uma velhice feliz. Claro eu não devo mentir. Uma das coisas que eu insisto em fazer hoje é dizer que cada um deve fazer o seu por onde. Fazendo o seu por onde os outros também o fazem e todos acabam sendo felizes. Pelo jeito e por leitura do que tenho escrito eu me julgo lúcido pra dizer que sou feliz. E digo: na minha opinião as pessoas não deviam sair por aí contando vantagens. Deviam isso sim, guardar-se no mais em silêncio meditativo e aí lucrariam caladas conservando o que é seu bem, que é o seu amor próprio. E sim, tendo amor próprio preservado julgo que as suas personalidades poderiam ser ditas àqueles a quem amam. Pensem nisso. Agora aqui estou, me obrigando, no melhor sentido, a registrar algumas notas do dia. O dia foi tranquilo como sempre é, anoitece e meu coração está em paz. Numa destas postagens me vi falando de minha terra natal. Lá é São João del-Rei. No tempo em que vivi lá era um lugar entre histórico e entre meio urbano moderno. Hoje, conforme eu vou sabe...

DEIXE O CARA TRABALHAR

Estava ali vendo televisão e coloquei num canal religioso. Era um canal católico e o padre falou muito bem. Ele falou do nosso mundo em guerras e de tantos conflitos. E falou até dos nossos conflitos pessoais. E eu me lembrei do meu divórcio quando me casei. Neste mundo meu, eu conheci inúmeras pessoas que não colocavam a necessidade de sobrevivência pessoal como importante. E a nossa sobrevivência pessoal devia ser colocada em primeiríssimo lugar. Independentemente de nossos mesquinhos preconceitos. Porque há preconceitos até religiosos. E aí o barco faz água. Porque a nossa Constituição Federal traz em seu bojo o artigo 5o. E lá se diz: temos liberdade de crença. E por aí se vê quantos outros preconceitos atropelam o nosso andar nacional rumo ao avanço social, quer dizer, progresso. Eu, divorciado, divórcio reconhecido pela Lei, é que sei o quanto sofri. Hoje não sei como as pessoas mais desinformadas pensam. Mas aí o problema é delas. Eu, por mim, sobrevivi e tenho sobrevivido. Mas ...

UMA VIDA LIMPA

Nasci numa cidade do interior que é conhecida por ser histórica. Mas que também tem uma certa tradição cultural. Lá aprendi as primeiras letras e aprendi a ter toda esta ânsia de ler que eu tenho. Tal cidade é São João del-Rei. Não me esqueço dos amigos que fiz lá. A cidade, lá. era um pouco crescida. E lá não fiz só amigos, tive também as primeiras namoradas. E digo: o estilo de vida de nós da classe média era bastante largado. Quer dizer, se conseguíamos um ou outro dos nossos objetivos não nos sentíamos vitoriosos. Porque se não os conseguíamos também não nos considerávamos derrotados. E viemos para a grande cidade, onde eu vi na televisão o comercial do livro "COM LICENÇA, EU VOU Á LUTA". Achei triste o título. Mas desde quando o vi, eu o compreendi. Porque na grande cidade e também hoje em dia quase nos outros lugares ganhar a vida se tornou uma luta. E fui conhecendo pessoas que olham para a gente quase dizendo que devíamos estar ricos. Ou, dizendo que devíamos ter nos ...