MARCOU? - Ela perguntou.
Eu, naquela época, sonhava em ser escritor. Diziam de todo lado, que a escrita tinha tudo a ver com o desenvolvimento de uma nação. E tinha e tem a ver com desenvolvimento. Claro, cidadãos esclarecidos são cidadãos, senão em rumo ao desenvolvimento, senão cidadãos desenvolvidos. E uma nação com cidadãos desenvolvidos é uma nação desenvolvida. E estudei com o fito de ser escritor. Exercitei a escrita até tornar para mim fácil desenvolver um texto. E eis-me aqui hoje a fim de lhes contar uma pequena estorieta.
Sai-me pela inteligência das palavras em ordem até fácil esta estória. É que tive uma namorada muito bonita. Houve até um rapaz que ao me ver com ela, saiu-me com esta:
- Eu sou afim desta pequena.
Não sei o que ele pretendia. Segui em frente, e o meu namoro durou muito tempo ainda. E eu morava numa cidade do interior. Não sei porque eu e ela terminamos. Um jornalista do jornal local daquela cidade do interior, publicou:
- Eles terminaram o namoro - eles, éramos eu e ela.
A cidadezinha comentou, os comentários chegavam ao meu ouvido. Eu já estava de mudança para a capital. Ignorei aquela pequena novela. E algum tempo depois, soube que ela também veio para a capital.
Foi então que me tornei escritor, já radicado na capital. Eu sabia muito bem que minha fama era pequena. Não lutava muito para aumentá-la. E um dia estava no Bar Veia Poética, tomando uma cerveja, depois do meu serviço.
E lá veio ela, pouco mudara. Os cabelos ela os penteava de modo diferente. Ela se vestia de modo mais vistoso. E continuava bonita. Aproximou-se da mesa onde eu estava e perguntou:
- Posso me sentar?
- Claro. - eu disse. E pensei: vou ter que dizer a ela. E disse:
- Eu estou divorciado.
- E por que me diz isso? - ela perguntou.
- Se acaso você tiver problema em ser vista na mesa de um divorciado... - eu disse.
- Não, não tenho. E já que tenta me preservar do falatório, deixa eu perguntar...
- Deixo, pergunte o que quiser.
- Marcou? - ela perguntou. Ela se referia ao nosso namoro.
- Olha, tudo o que vivi me marcou, porque vivi de verdade.
E nunca mais a vi.
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