A DOR E AS LETRAS

Conversando certa vez com um homem que lia muito tive o meu proveito. Disse-me ele:

- Não se deve ficar remoendo muito uma dor.

Eu concordei. Não da boca para fora, mas concordei plenamente. E me vem a memória todo o sofrimento do nosso poeta CRUZ E SOUZA. Acontece que CRUZ E SOUZA recebeu muito boa educação. E pode então nos dar excelente poesia. Aí o ponto, se estamos atormentados por algum sofrimento, peguemos da caneta e do papel, e anotemos. Pois sem precisar remoer aquele tormento teremos já o rascunho de algum trabalho literário.

E não é bom se ter um rascunho?

Tendo algo anotado poderemos mais tarde escrever e reescrever o quanto quisermos. Aí depende do resultado que pretendemos obter. Um trabalho mais bem elaborado ou um trabalho de efeito junto ao público mais imediato.

Eu não tenho tido tempo de olhar nas vitrines das livrarias. Para poder ver se têm lançado alguma História da Literatura que me dê noção do tempo de agora. O tempo de hoje é célere em lançamentos de livros, isso é. Então eu me dedico a ler livros que saem, e até mesmo livros de ontem. Nisso gasto meu tempo, muito bem gasto. 

Mas, a dor e as letras. Fiquemos com a dor das saudades. Rende e sempre rendeu muito boa poesia. Mas limitemos à palavra dor. Os principiantes sempre curam suas dores nos versos. Uns bons, outros excelentes. E nisso se pode escrever muito tendo como referência a dor e as letras.

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