SER IMPERFEITO EU SOU, MAS GRATO

Desde muito cedo, a arte faz parte de minha vida. Não comigo fazendo arte. Mas vendo meu pai se dedicar a estimular a nós, os filhos, a cultivar o gosto pelas artes. Uma irmã chegou a pintar. Outro irmão chegou a fazer alguma coisinha na escultura popular. Eu sempre apreciei a música e a literatura. Não cheguei a compor canções. Mas fiz muitos rascunhos de escrita artística. Rascunhos, sim. Porque não me sobrava tempo para a dedicação.

Assim que pude, contudo, comecei a escrever. Sem deixar de tocar ao violão as canções que aprendia. E que eram compostas por artistas que se tornavam famosos. E me apareceu pela frente um concurso literário. Numa hora em que eu estava disponível para tal. A namorada que me acompanhou ao palco para que eu recebesse o prêmio, me disse:

- Olha, como eu estou emocionada.

Já contei isso em outro lugar. Desde então tenho escrito.

E agora digo: escrevi tudo isso até aqui, para dizer que sou grato. Grato aos meus pais. A meu pai, pelo encaminhamento e estímulo. A minha mãe, por todo apoio que me deu para que eu escrevesse. E nisso vou falar de gratidão.

Um escritor tem que ter principalmente sentimentos. Àquela namorada que se emocionou comigo, eu pensava que fosse assim, também sou grato. Mais grato ainda por ela ter me feito conhecer o amor meramente intelectual. Mas como pessoa, ela foi e é grande. E eu sigo meu caminho. E ela seguiu o dela, estando casada, e filosoficamente resolvida. Tão resolvida que é professora de Filosofia.

Eu, me segurei até agora, para não me repetir. Mas, não dá. Então vá lá, minha alegria é grande. É que este ano de 2024, eu inauguro o meu décimo oitavo ano de atividade literária. E que Deus me dê vida e saúde para poder continuar. 

Eu, escritor, crio com as palavras. Mas sou uma simples criatura, criada por Deus à sua Semelhança, porque sou imperfeito. Mas imperfeito, prometi que ia falar de gratidão, e falo. Gratidão é um profundo sentimento, que eu cultivo e que quando sinto a gratidão exposta eu me comovo em oração agradecendo a Deus. Por encontrar outrem também grato. 

A minha mãe sobreviveu a meu pai. E dela em sua maior parte dependeu minha estória. E inclusive a minha literatura é porque ela me incentivou. Ela disse:

- Você é como seu pai. Então, vá lá escreva.

E quando eu ganhei o meu primeiro diploma de prêmio literário, eu mostrei a ela. E ela, séria, me disse:

- Agora o senhor está satisfeito!

E eu estava mesmo. Grato a ela eu também sou.

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