NOVE ANOS DE DURAÇÃO
Quando a conheci era o mês de março, lá pelos idos dos anos 80. Conversávamos muito. Era eu chegar na faculdade, lá estava ela. Como que à minha espera. Eu um dia lhe disse isso. Ela negou, disse que era uma coincidência. Que parecia que ela estava à minha espera. Deixei para lá, senão eu não ia estudar. Mas, coincidência ou não, começamos a namorar. E no nosso namoro, nos preocupávamos em nos conhecer mutuamente. E isso nós conseguimos mas não de maneira perfeita. E nos conhecendo bem, teve fundamento o noivarmos.
E, lá estávamos os noivos.
Saíamos quase sempre. Senão para ir a algum lugar da cidade, a pé. Para irmos a um cinema, ou a um teatro, ou a um show de música. Às vezes íamos também a um teatro.
No mais das vezes ficávamos em casa estudando. E assim fomos o tempo todo alunos aplicados. Tão aplicados que o professor de existencialismo católico nos pegou para alunos modelo. E ele um dia nos colocou na frente da turma e disse:
- Sejam como esses seus colegas. Bons alunos.
E ele soube que nós estávamos noivos, planejando nos casar. E ele completou:
- Aproveito e digo, esses dois vão se casar, e casados dirão: "Sexo é bom."
E aquela foi uma aula, onde eu e ela aprendemos muito. O professor de existencialismo católico não fez o que fez com maldade. Ora, ninguém dá uma aula de Filosofia inspirado no mal, ainda mais sendo católico. Pensem bem, um católico tem principalmente fé em Deus.
E eis-nos aqui, eu e ela, unidos pelo laço do matrimônio, celebrando o sentimento real que nos une: o amor. E do noivado ao casório foram nove anos de duração.
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