LEIAM
Quando eu comecei a me entender com gente o difícil para mim era ter amigos. Meu pai, no seu rigor em nos educar achava que devíamos ficar em casa o tempo todo. Com os livros nas mãos lendo e estudando. De modo que quando estávamos em contato com a meninada de nossa idade sempre aprendíamos coisas que até ele, meu pai desconhecia. E por desconhecer quase condenava. Não chegava a tanto, mas as dúvidas que ele tinha nos atrapalhava. Meu pai não era um homem essencialmente vivido. Mas tinha vindo da pobreza para a classe média, numa escalada relâmpago. Ele mesmo estudara mais do que vivera para chegar aonde chegara.
De modo que eu comecei a ler o livro da vida, um pouco tarde. E no meu primeiro emprego me disseram que eu era vivido. Estranhei, porque eu era mais lido do que vivido. Hoje sei que os que me chamavam de vivido, vividos eram eles. Mas, não me passaram prá trás porque em compensação eu tinha uma carga de leitura de ficção muito grande. E ninguém podia nem censurar nem uns nem outros.
Eu continuo lendo muito, e escrevendo bastante. Mas sei que não só os homens vividos podem escrever se quiserem, como podem desprezar o mundo das letras. E me lembro de que quando eu me assentava na mesa de estudante na FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS, lá embaixo, pois a faculdade de filosofia ficava se não me engano acima do quarto andar, os homens passavam de carro e gritavam para que ouvíssemos:
- Cambada de loucos, os filósofos.
Mas não éramos só nós que os contraríavamos, pois as livrarias permaneciam abertas e vendendo bem. E lá estava eu que continuava um bom leitor.
Leio desde criança, os contos do Lobo Mau, e outros. Depois de adulto, li tanto que fica difícil para mim fazer uma seleção para citar. Um livro que amei ler foi A PAZ PERPÉTUA, de Kant. E o que eu quero dizer nesta postagem é coisa simples, leiam livros, minha gente.
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