ESTRELAS E AMOR

- Vou fazer o possível...

- Para que?

- Para não lhe roubar uma frase.

Disse ele e se foi. Saiu e me deixou um pouco desanimado. Mas, me recuperei e pensei:

"É, eu tenho que escrever de todo jeito."

E comecei a escrever. Sem nem pensar mais no meu colega também escritor. Minha caneta rabiscava o papel até que se firmou. Da janela do meu quarto olhei para o céu e vi as estrelas. As estrelas, estas sim, se multiplicam ao infinito.

Isso, era isso. As minhas estantes... Todos os dias eu colocava nas minhas estantes livros que tinha acabado de ler. E, de que se fazem os livros? De ideias e de palavras, às vezes de ilustrações. E todas essas coisas nos fazem ter novas ideias. Então peguei um livro, daqueles que eu tinha lido primeiro. E, lá estava. Uma ideia que ninguém estava tendo. Ideia remota de tempos remotos. Era só eu remoçá-la. Então eu comecei.

A ideia era a de uma mulher inalcansável. E eu tinha tido exatamente um amor impossível na minha vida. Hoje ela estava casada com um aviador civil. E quando eu tentei conquistá-la eu era candidato a aviador. Ela me dirigiu o olhar dela porque ela pensava que eu conseguiria ser aviador. Como são engraçadas as mulheres!

Eu, fracassado em meu intento de aviação, ela partiu para outra. E hoje aqui estou eu, divorciado. Mas, me lembrando dela. E digo: tema eterno mesmo, mesmo nesta nossa era de estrelas, é o amor. Salve, ó namorada do candidato a aviador.

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