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Mostrando postagens de julho, 2025

MAIS UMA VEZ, EU

 Certa vez, eu ia apressado a caminho do meu serviço. E ouvi uma voz quase atrás de mim dizer: - Ele é anti-social. Ocorre que eu não tinha visto as pessoas. Como eu tinha me voltado para ver de quem era a voz, eu disse: - Nada disso, é que eu estou atrasado. E a pessoa disse: - Não se preocupe, fizemos apenas uma brincadeira. Então segui. Eram a secretária de meu chefe e um outro funcionário. E já que era uma brincadeira, nem me restou preocupação com aquilo. Passado um tempo, lá estava eu, noutra oportunidade, conversando com a secretária, assunto alheio àquela brincadeira. E portanto estava tudo bem. Nem ao menos eu sei porque eu fui me lembrar disso. Aquilo de ser chamado de anti-social em sendo eu como sou, um conversador, me causou risos. E quanto a isso, tenho dito. É que iniciei estes escritos, com o firme propósito de falar de mim. Tomara que interessem os escritos a alguém. Claro, porque eu não escrevo só para mim ler. Procuro dar à linguagem corrente no mínimo um tratame...

TENTANDO O AUTORETRATO

 Vou tentar o meu autoretrato. Eu sou um escritor pobre. Que, na medida em que posso, remeto textos meus com que participo em Antologias e Coletâneas para as Academias de Letras de que faço parte. E isso me deixa feliz, porque ninguém escreve para si mesmo, só alguns. Mas a escrita em mim não tem uma função vital. Por isso pude ser um funcionário bancário e judiciário razoavelmente compentente. O que faz do meu nome até agora um nome limpo. E eis que agora, mesmo não sendo vital, tenho escrito e publicado bastante. Deus é grande. E digo sempre que Deus recompensa a quem tem fé. E me explico, fui batizado e crismado, e na minha vida segui sempre a Igreja Católica. E claro tenho alguns pecados. A começar do pecado original. Gosto sempre de rezar a missa pela televisão. Os padres estão sempre se dirigindo a nós os que rezam pela televisão. E por falar em televisão, aquela briga dos chamados intelectuais contra a televisão não me chega nem notícia aqui. Dela, da televisão, eu vejo o no...

DA OBEDIÊNCIA

 Estou aqui sozinho e me lembro. Me lembro de uma fala de uma psicologa do emprego que eu tive. Ela me disse: - Estou cansada dos seus sem quereres. A principio eu não entendi. Mas adianto eu estava insatisfeito ali. Mas cumpria minhas obrigações. E eu disse: - E o comportamento? Ela respondeu: - É obrigação. Eu não me deixei vencer. Ela completou: - Pode voltar para o seu serviço. Eu tinha ido pedir para voltar ao meu serviço de origem, para o qual eu tinha sido admitido no emprego. Dois dias depois ela me chamou: - Pode ir para o seu novo emprego. Dito assim mais parece que eu estava demitido. Mas, não. Ela mesma me disse: - O seu novo emprego é na seção tal desta mesma empresa. E eu fui. Trabalhei mais uns anos ali e me fui, eu pedi demissão, e aqui estou. Satisfeito comigo e com as coisas que faço. E realmente aqui eu estou em casa mesmo. E mesmo assim continuo obediente. Vim para cá com minha mãe e um irmão, que faleceram. E tenho tutora. Vergonha é roubar e não levar e eu não...

UMA ATIVIDADE

 Vou procurar tecer alguns comentários esperando que eles sejam pertinentes ao pouco que eu sei agora sobre a escrita. Claro, eu leio muito mas não consigo ler tudo o que se publica. O NOSSO tempo é de que há muitos escritores novos e todos têm muito bem formada a sua estrutura letrada. Mas o que eu tenho visto é que se firmou nas mentes do meu tempo aquela vontade de ficar bem na vida. E no final procurar ver quem está melhor de vida. Eu não sei muito do competir que já firmou seu espaço de nossa cultura. E melhor está o escritor quando mais lido. Eu não falo de ganhar dinheiro com as letras. Porque isso depende de com que intenção escreve o autor. Sempre houve aqueles que escrevem por dinheiro. Mas há muitos como eu que escrevem para passar o tempo, acreditem os que quiserem. Mas, claro, até eu gostaria de ser lido. Ainda sou daquele tempo em que se dizia de um autor muito lido, ser um autor muito amado, senão admirado. Tenho na leitura meus autores preferidos. E não sinto necess...